terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Por que os seus direitos não lhe foram assegurados?


Estudante adventista sem sala especial fica de fora do Enem
Local de prova no entanto era o indicado em seu cartão de inscrição.
Ela deveria ficar confinada em sala e só fazer o exame após o pôr do sol.
Alícia Uchôa / Do G1, no Rio

Fiel da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a estudante Ana Patrícia Pacheco Passos, de 19 anos, teve uma surpresa ao chegar ao local de prova do Enem, na tarde deste sábado (5).

Apesar de ter requisitado condições especiais, não havia na UERJ, Zona Norte do Rio, uma sala especifica para os sabatistas.
Segundo a orientação Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), os candidatos de religiões sabatistas, que tem o sábado como dia sagrado, deveriam ficar confinados em uma sala separada e só iniciar a prova após o pôr do sol.

“O segurança não sabia de nada e a coordenadora de prova me disse que ou eu fazia a prova com todo mundo ou não a fazia. Não abro mão do meu direito religioso e de ter minha religião respeitada. Fiz tudo certo, troquei e-mails, recebi orientação do Inep e cheguei na hora”, explicou ela.

Além do cartão de inscrição com a indicação do local de prova, Ana Patrícia levou também o e-mails impressos que recebeu do Inep.

“Ano passado também fiz a prova mas era tudo em um dia só e em um domingo”, lembrou Ana que vai fazer vestibular para medicina pela segunda vez.

Procurada pelo G1, a coordenação de prova da UERJ não quis se pronunciar.

Fonte: Globo G1

NOTA: É lamentável o que aconteceu com a jovem Ana Patrícia. Infelizmente parece que a lei não precisa ser cumprida em todo o país. Será, porque o Brasil é tão grande, que as leis definidas pelo governo federal não conseguem alcançar alguns lugares mais remotos do país? Bem, o RJ não é um lugar remoto. Houve uma falha, e com certeza, falta de respeito pelos possíveis alunos sabatistas que pudessem chegar na UERJ para realizarem o ENEM no último sábado. Deveríamos sonhar com a possibilidade dessa situação não cair na impunidade. O mais importante é que, apesar de tudo, ainda conseguimos encontrar nessa situação uma razão para sorrir. O fato é que embora pressionada pela situação a jovem Ana não foi vencida pelo teste: "ou faz a prova com todo mundo ou não faz" (palavras da coordenadora de prova do ENEM dirigidas a Ana quando ela dava as razões da sua fé). A Ana é uma dessas pessoas que o mundo mais necessita. Gente "que não se compra e nem se vende". Parabéns Ana. Espero que o seu exemplo não seja um entre poucos, mas um entre muitos testemunhos de tantos jovens sabatistas que foram submetidos a essa grande prova, logicamente não me refiro ao ENEM, mas à grande prova de fidelidade a que foi submetida. Se alguns deixaram de ser fiéis até o pôr do sol de sábado, comecem a repensar a sua fé e veja se será possível suportar as grandes provas espirituais quando elas vierem no futuro. Obrigado Ana pelo seu exemplo! Embora os direitos da Ana não tenham sido respeitados (espero que a justiça cumpra o seu papel), tivemos a oportunidade de testemunhar um grande exemplo de fidelidade aos princípios da fé cristã pura. Lamento pensar que nas mesmas condições, outros cristãos teriam cedido às pressões e abandonado a sua fé. Ana teve que tomar uma decisão difícil e fez a escolha certa. Com certeza ela orou muito e teve sabedoria para decidir. Termino com as palavras firmes da Ana, extraídas do texto acima (me faz lembrar de Daniel e seus amigos em Babilônia): "Não abro mão do meu direito religioso e de ter minha religião respeitada."

(Hadson Araújo)

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